29/11/2011 - Por que o Brasil precisa de redes inteligentes de energia
29/11/2011
Smart grids já são realidade na Europa, onde os governos incentivam o cidadão a produzir energia a partir do sol para alimentar a rede elétrica, com o objetivo de diminuir a dependência do continente de fontes fósseis. No Brasil, elas ajudariam a atender a crescente demanda por energia distribuída com qualidade e eficiência
A eletrificação permitiu uma série de transformações tecnológicas nas cidades e na sociedade, que é cada vez mais dependente de energia elétrica, de preferência fornecida sem interrupções. Os avanços tecnológicos continuam surgindo com o passar dos anos. No entanto, a própria cadeia de geração, transmissão e distribuição de energia não se beneficiou de todo esse progresso. "A sociedade digital ainda é baseada em tecnologias dos anos 1950. O sistema de energia precisa ser modernizado", afirmou Cyro Vicente Boccuzzi, vice-presidente da Enersul - Empresa Energética de Mato Grosso do Sul, em reunião do Comitê de Energia realizado pela Amcham - Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos, em São Paulo, na semana passada.
Boccuzzi se refere às smart grids, redes elétricas inteligentes, compostas por uma série de tecnologias que permitirão à rede tomar decisões - como consumir o mínimo quando o preço do quilowatt-hora está alto - de forma autônoma. "Trata-se da maior transformação desde que a eletricidade foi criada e que mudará profundamente toda a lógica do setor e dos negócios", afirmou o executivo. Segundo ele, uma das condições fundamentais para que as redes inteligentes comecem a ser usadas é uma política energética que incentive a modernização do setor, com regras para que as novas tecnologias não produzam impactos indesejáveis no preço. As tarifas seriam dinâmicas, de acordo com o horário de uso e da dificuldade de geração de energia.
Além disso, Boccuzzi define uma rede inteligente como uma "cesta" de tecnologias. As principais delas são:
- sensores de transformadores;
- computadores e softwares avançados;
- sistema de telecomunicação de alto desempenho;
- medidores de energia;
- sistema de geração de energia em pequena escala, como placas solares;
- equipamentos eletrodomésticos com alto desempenho de comunicação e
- carros elétricos.
"A indústria automotiva é o grande vetor que está viabilizando armazenamento de energia em quantidade", afirmou. Para ele, a limitação para as smart grids ainda está na capacidade de armazenamento de energia para abastecer a rede. Mas o problema está sendo solucionado por pesquisas, principalmente, da indústria automotiva.
Na Europa, as redes inteligentes já são uma realidade. Um bom exemplo vem da Alemanha, onde o governo concede incentivos aos cidadãos que instalam placas solares em suas casas, compra a energia produzida nessas residências e vende para o abastecimento de carros elétricos. Desse modo, seria possível que cada cidade tivesse uma usina solar própria (leia mais em Usina dentro de casa). Lá também é possível que os clientes programem sua casa para que usem a energia de tarifas mais adequadas ao bolso. É possível definir quais equipamentos serão ligados em quais horários, de modo a evitar o sobrecarregamento da rede e os períodos de preço mais alto.
O principal motivo que leva a Alemanha e outros países europeus a investir em eficiência energéticapor meio das smart grids é o de "limpar" sua matriz de energia, baseada principalmente em termelétricas. Para o Brasil, que tem uma matriz considerada limpa, já que a maior parte de sua energia é produzida a partir da água, qual seria, então, o sentido de instalar redes inteligentes?
O principal é atender o crescimento da demanda por energia com eficiência e qualidade. De quebra, também resolveriam um grande problema: o desperdício de energia muito elevado em comparação a outros lugares do mundo. "As smart grids são inevitáveis nesse mundo globalizado. A América Latina e o Brasil não podem ficar de fora. Aqui elas precisam fazer sentido social e econômico a longo prazo", disse.
Para Guilherme Mendonça, diretor da Divisão de Negócios Smart Grid da Siemens, líder no Brasil na área de automação e proteção elétrica, como a oferta de energia não pode crescer infinitamente no modelo atual, a solução será a eficiência energética que as smart grids oferecem. "A tendência é que as mesmas pessoas consumam cada vez mais potência de energia. Por isso, é preciso aumentar a capacidade de disponibilizá-la", argumentou. Para ele, o maior desafio do país está na distribuição - que, até agora, foi a área que menos investiu na inteligência da rede - e na implementação damedição eletrônica.
Mendonça apontou vantagens que essas tecnologias podem trazer para o Brasil, como a melhora na qualidade do fornecimento de energia e a diminuição dos custos com a operação das redes. Também lembrou os diversos compromissos que cidades de todo o mundo assumiram para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. "Implementar smart grids pode ser uma medida de redução das emissões", apontou. E alertou: "Elas são uma tendência global. Sem inteligência nas redes não haverá condição de viver no ambiente urbano".
Boccuzzi se refere às smart grids, redes elétricas inteligentes, compostas por uma série de tecnologias que permitirão à rede tomar decisões - como consumir o mínimo quando o preço do quilowatt-hora está alto - de forma autônoma. "Trata-se da maior transformação desde que a eletricidade foi criada e que mudará profundamente toda a lógica do setor e dos negócios", afirmou o executivo. Segundo ele, uma das condições fundamentais para que as redes inteligentes comecem a ser usadas é uma política energética que incentive a modernização do setor, com regras para que as novas tecnologias não produzam impactos indesejáveis no preço. As tarifas seriam dinâmicas, de acordo com o horário de uso e da dificuldade de geração de energia.
Além disso, Boccuzzi define uma rede inteligente como uma "cesta" de tecnologias. As principais delas são:
- sensores de transformadores;
- computadores e softwares avançados;
- sistema de telecomunicação de alto desempenho;
- medidores de energia;
- sistema de geração de energia em pequena escala, como placas solares;
- equipamentos eletrodomésticos com alto desempenho de comunicação e
- carros elétricos.
"A indústria automotiva é o grande vetor que está viabilizando armazenamento de energia em quantidade", afirmou. Para ele, a limitação para as smart grids ainda está na capacidade de armazenamento de energia para abastecer a rede. Mas o problema está sendo solucionado por pesquisas, principalmente, da indústria automotiva.
Na Europa, as redes inteligentes já são uma realidade. Um bom exemplo vem da Alemanha, onde o governo concede incentivos aos cidadãos que instalam placas solares em suas casas, compra a energia produzida nessas residências e vende para o abastecimento de carros elétricos. Desse modo, seria possível que cada cidade tivesse uma usina solar própria (leia mais em Usina dentro de casa). Lá também é possível que os clientes programem sua casa para que usem a energia de tarifas mais adequadas ao bolso. É possível definir quais equipamentos serão ligados em quais horários, de modo a evitar o sobrecarregamento da rede e os períodos de preço mais alto.
O principal motivo que leva a Alemanha e outros países europeus a investir em eficiência energéticapor meio das smart grids é o de "limpar" sua matriz de energia, baseada principalmente em termelétricas. Para o Brasil, que tem uma matriz considerada limpa, já que a maior parte de sua energia é produzida a partir da água, qual seria, então, o sentido de instalar redes inteligentes?
O principal é atender o crescimento da demanda por energia com eficiência e qualidade. De quebra, também resolveriam um grande problema: o desperdício de energia muito elevado em comparação a outros lugares do mundo. "As smart grids são inevitáveis nesse mundo globalizado. A América Latina e o Brasil não podem ficar de fora. Aqui elas precisam fazer sentido social e econômico a longo prazo", disse.
Para Guilherme Mendonça, diretor da Divisão de Negócios Smart Grid da Siemens, líder no Brasil na área de automação e proteção elétrica, como a oferta de energia não pode crescer infinitamente no modelo atual, a solução será a eficiência energética que as smart grids oferecem. "A tendência é que as mesmas pessoas consumam cada vez mais potência de energia. Por isso, é preciso aumentar a capacidade de disponibilizá-la", argumentou. Para ele, o maior desafio do país está na distribuição - que, até agora, foi a área que menos investiu na inteligência da rede - e na implementação damedição eletrônica.
Mendonça apontou vantagens que essas tecnologias podem trazer para o Brasil, como a melhora na qualidade do fornecimento de energia e a diminuição dos custos com a operação das redes. Também lembrou os diversos compromissos que cidades de todo o mundo assumiram para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. "Implementar smart grids pode ser uma medida de redução das emissões", apontou. E alertou: "Elas são uma tendência global. Sem inteligência nas redes não haverá condição de viver no ambiente urbano".
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