26/09/2011 - Não falta água no mundo, afirmam especialistas
26/09/2011
Maior desafio não é a escassez de água, mas a utilização ineficiente do recurso
O Rio Nilo, na África, um dos maiores do mundo, visto do espaço (Creatas / ThinkStock)
Existe água suficiente no mundo para responder às necessidades
alimentares, energéticas, industriais e ambientais no século XXI. A
informação é baseada em números publicados na revista Water
International, lançada nesta segunda-feira no XIV Congresso Mundial
da Água. De acordo com dados da publicação, o maior desafio hídrico não
é a escassez de água, mas combater a utilização ineficiente e a
distribuição irregular do recurso natural que flui das principais bacias
hidrográficas do mundo, como as dos rios São Francisco, no Brasil, e
Nilo, na África.
De acordo com o relatório, os governos precisam atuar com mais empenho
na distribuição da água para impedir a competição e ajudar a enfrentar
um dos maiores problemas da humanidade: aumentar a produção de comida
enquanto a população do mundo cresce. As conclusões foram traçadas com
base em um estudo de cinco anos, feita por cientistas de 30 países em 10
bacias ao redor do mundo: Andes e São Francisco na América do Sul;
Limpopo, Níger, Nilo e Volta, na África; e os rios Indo-Ganges, Karkheh,
Mekong e Amarelo, na Ásia.
Água da chuva - Uma sugestão do relatório é aproveitar
mais a água da chuva, particularmente nas regiões chuvosas da África
subsaariana. Com investimentos modestos, afirmam os especialistas, seria
possível produzir entre duas e três vezes mais comida do que
atualmente. Os pesquisadores identificaram grandes áreas férteis na Ásia
e na América do Sul onde a produção está, pelo menos, 10% abaixo do seu
potencial. Por exemplo, no sistema Indo-Ganges, na Índia, 23% do
cultivo de arroz está rendendo metade do seu potencial. De acordo com o
relatório, se os governos aproveitarem melhor a água da chuva, a
produção pode aumentar rapidamente e, ainda, a pressão sobre as bacias e
rios seria aliviada.
Conflitos - Apesar de existir água suficiente no
mundo, os conflitos continuarão se os desafios da agricultura, pecuária e
produção de energia forem considerados isolados. De acordo com os
especialistas, a maioria das regiões estudadas possui uma administração
fragmentada das bacias e não relaciona os diferentes setores que
utilizam a água. "Precisamos repensar completamente como os setores
podem tirar vantagem dos benefícios das bacias", disseram os autores
(Fonte: veja.abril.com.br)
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