06/12/2011 - Cientistas avaliam projeto final do Código Florestal como "marcha à ré" e "triste"

06/12/2011


Leia a opinião do geógrafo Aziz Ab'Saber e de idealizadores da atual versão da lei

Terra Magazine

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Vai a plenário do Senado nesta terça-feira (6) a proposta do novo Código Florestal. O projeto final do senador Jorge Viana (PT-AC) modificou o criticado texto aprovado na Câmara dos Deputados em maio, mas cientistas como Aziz Ab'Saber e Alceo Magnanini ainda mostram pessimismo. Eles e outros especialistas no tema apontam que a recuperação de áreas desmatadas estará comprometida.

Leia a opinião dos cientistas:

Aziz Ab'Saber
Geógrafo, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (USP)

Desde o início fiquei desesperado com os erros da revisão do Código Florestal. Acompanhei a tentativa de melhorias no Senado, que acabou desprezando o futuro da Amazônia. Eles não quiseram ouvir ninguém, de modo que nem gosto de falar sobre esse assunto. O pessoal do Ministério do Meio Ambiente me conhecia e nunca quis uma palavra. Então deixo que eles façam o que querem. O resultado vai ser tão ruim, que em pouco tempo vão ter que fazer melhorias. Será triste para os políticos que não conhecem o Brasil aprovarem algo tão ruim.

 
Alceo Magnanini
Agrônomo e um dos idealizadores do Código Florestal aprovado em 1965
Essa é uma proposta em que o que vale é interesse econômico e financeiro, muito mais do que o viés temático do meio ambiente. Vai ser uma fatalidade. E não tenho dúvida de que a presidente Dilma vai sancionar. É uma marcha à ré na contramão. O Código de 1965 é perfeitamente possível de ser aplicado, é técnico e tem fundamento. A reforma existe porque foi comandada pelos interesses dos grandes empresários do agronegócio.

Paulo Nogueira Neto
Naturalista, ex- secretário especial do Meio Ambiente (cargo equivalente ao de Ministro)

Já é um texto melhor do que quando chegou ao Senado. A questão da recuperação de APPs (Áreas de Preservação Permanente) nas margens dos rios ganhou mais detalhes que antes não tinha. Mas concordo muito com a postura da ex-ministra Marina Silva (que declarou que a anistia a desmatadores permanece no texto atual) e com as ideias que ela sugeriu para melhorar.
 
Sergius Gandolfi
Biólogo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP)
Nada do que a comunidade científica sugeriu foi acatado. Não vai haver recuperação efetiva de APPs, não vai haver recuperação de várzea, não vamos valorizar a navegação, os peixes. Só piorou, pois há um item que permite que o governo dê um incentivo para quem tem área a recuperar. Quer dizer, o custo vai para o contribuinte quando esse proprietário já passou anos lucrando com o desmatamento. Essa lei vai fazer com que ninguém tenha que fazer nenhum tipo de recuperação. E, se alguém tiver que recuperar, ainda vai ganhar por isso.   Fonte:http://www.istoe.com.br






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